20/11
- Amaro, por favor, venha até a minha sala. – pelo telefone, a moça ouviu a frase soar doce, da forma que somente Klaus fazia.
- Sim. Só um minuto. – ela respondeu. Se preparava para ir embora, mas deixou tudo de lado para atender à ele.
Caminhou pelo corredor pensando o que o patrão queria com ela. Cada dia que passava ela se encantava mais e mais por ele. Talvez aquele ar poderoso. Amaro sempre teve na cabeça que nasceu para o poder.
- Klaus... – ela bateu na porta fechada e ele respondeu de dentro:
- Pode entrar querida. – ela entrou – Eu preciso que você fique comigo hoje até mais tarde. Preciso finalizar essa proposta e...
- Proposta? Você não quer finalizar outra coisa? – ela interrompeu a fala do vereador e caminhou em direção a ele, que riu.
- Outra coisa? Como o que?
- Não sei. Só pensei que pudesse ser outra coisa. Posso me sentar? – ele respondeu que sim com a cabeça e ela sentou – É que às vezes eu sei quando você está mentindo, na verdade, sempre sei. Isso é ruim para a sua imagem. Se os eleitores percebem... Vixe, nem quero pensar...
- Sabe quando estou mentindo? Então é isso? – prestava mais atenção nas pernas dela ao que ela dizia.
- Klaus, não seja bobo. Você pode enganar seus eleitores, sua esposa, seus filhos, mas nem se quisesse poderia me enganar. E não tem razão para isso. Pode ser honesto comigo. Não vou te criticar, condenar, odiar ou o que quer que seja.
- Menina... Você mal me conhece. – ele falou com um tom de quem não quer falar sobre o assunto. Ela riu alto.
- O senhor é que pensa. – ela levantou e se aproximou. Ele estava recostado sobre a mesa do escritório. Ela colocou uma de suas mãos numa coxa dele. Depois uma de suas pernas entre as pernas dele. – Conheço muito melhor do que o senhor pensa. – os lábios vermelhos do batom preferido quase tocaram os dele. – Você pode conseguir esconder a verdade com as suas falas, mas o seu corpo nunca mente – disse ela voltando para a cadeira.
- O corpo nunca mente... Eu gostei disso.
- Talvez sua mulher seja quem não goste. – ela já estava sentada, as pernas cruzadas e o vestido vermelho colado e curto.
- Ela não irá gostar, com certeza, se souber. Mas como eu sei que isso ficará entre nós dois e somente nós dois... Eu posso me render ao pensamento e deixar o meu corpo falar por mim. – ele avançou feroz, em direção a ela.
O corpo falou pelos dois naquele fim de tarde.
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