Eu via de longe o cabelo vermelho-vivo esvoaçando com o vento.
Ela tinha um jeito só dela de sentar, sempre do mesmo jeito.
A mesma pedra, o mesmo cenário, a mesma vista.
O mesmo dia, o mesmo mês, ano diferente.
Seis anos entre o primeiro e o atual.
Permaneci de pé, admirando-a.
Ela pôde perceber-me.
Olhou para trás.
Eu estava lá.
Sorriu.
Virou.
Levantou-se.
Deu dois passos.
Parou de sorrir e disse:
- Estou feliz que tenha vindo.
Silenciou e se perdeu no meu olhar.
- Não te deixaria na mão por nada! – eu disse.
Ela correu o restante do caminho e me abraçou forte.
- Sei que eu errei muito e nós dois sofremos por isso, mas...
Não deixei que terminasse a frase. Não quis que. Amava-nos e pronto.
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